domingo, 23 de fevereiro de 2014

BOLETIM 8 ANO IX

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO

Notas do Brasil
São Paulo (SP) I – A certidão de óbito do jornalista Vladimir Herzog, morto em outubro de 1975, nas dependências do DOI-Codi do II Exército, terá de apontar que ele morreu por lesões e maus-tratos, por decisão da 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça paulista. Emitido no período da ditadura, o documento relatava que Herzog havia se suicidado. O corpo do jornalista foi encontrado em 25 de outubro de 1975, enforcado com o cinto que usava.
São Paulo (SP) II - O SBT deve pagar R$ 100 mil por danos morais a cada um dos ex-proprietários da escola Base. A sentença do Superior Tribunal de Justiça (STJ) refere-se às acusações de abusos sexuais feitas pela emissora em reportagens sobre o caso que ganhou repercussão nacional na década de 1990. Um inquérito policial foi aberto e a cobertura da imprensa divulgou acusações que revoltaram a opinião pública. A escola foi saqueada e depredada. Os suspeitos de abuso receberam ameaças de morte. No entanto, o inquérito foi arquivado por falta de provas. A Rede Globo também já havia sido condenada sob a mesma acusação em 2005, tendo de pagar R$ 1,35 milhão.
São Paulo (SP) III - A TV Record deve retirar do ar e da internet vídeos nos quais mostra um professor em sala de aula abraçando e acariciando uma aluna menor de idade. A 10ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça paulista atendeu pedido do acusado que alega a manipulação das imagens veiculadas. Além disso, ele diz que foram usadas pelo canal imagens de sua residência e os locais onde frequenta. Na ação, o professor ainda reclamou que as ofensas do apresentador do “Balanço Geral”, Geraldo Luís, fizeram com que ele fosse hostilizado nas ruas e nas redes sociais. A decisão concedeu antecipação de tutela e proibiu que a reportagem com o acusado fosse veiculada, inclusive na internet, com prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 20 mil.
Brasília (DF) - A publicação de reportagem ou opinião com crítica dura e até impiedosa afasta o intuito de ofender, principalmente quando dirigida a figuras públicas. Com esse fundamento, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu o Recurso Extraordinário da Editora Abril contra condenação do Tribunal de Justiça do DF que a obrigava a indenizar em R$ 10 mil o ex-governador Joaquim Roriz por danos morais.
Rio de Janeiro (RJ) I - O programa “Pânico na Band”, da TV Bandeirantes, deve retirar do ar todos os programas e quadros que envolvem a personagem Glória Fezes, uma alusão à novelista Gloria Perez, da Rede Globo. A 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça carioca também condenou a emissora a excluir áudios, fotos e vídeos de seu site e de redes sociais que mencionem a personagem. A multa em caso de descumprimento é de R$ 5 mil. A personagem é protagonizada pelo humorista Márvio Lúcio, o Carioca, no quadro “Jornal do Boris”. O relator, desembargador Mario Guimarães Neto, disse que o programa faltou com o bom senso ao fazer a sátira com o sobrenome da autora.
Rio de Janeiro (RJ) II - Os acusados de acender o rojão que resultou na morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade, têm mais um advogado de defesa. A dupla, que contava com a assistência jurídica de Jonas Tadeu Nunes, terá ajuda de Wallace Martins. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou os dois jovens à Justiça pelos crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado, praticado por motivo torpe, com impossibilidade de defesa da vítima e com emprego de explosivo. Além disso, solicitou a alteração de prisão temporária para preventiva.
Belo Horizonte (MG) – Os acusados pela morte do jornalista Rodrigo Neto de Faria serão levados a júri popular por decisão do Tribunal de Justiça (TJ-MG). Faria, que trabalhava na Rádio Vanguarda AM, foi assassinado a tiros em 8 de março de 2013 quando saía de um bar em Ipatinga (MG). As investigações conduzidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontam o investigador Lúcio Lírio Leal e o falso policial civil Alessandro Neves Augusto, o Pitote, como responsáveis pela execução do jornalista.  Os suspeitos estão presos desde junho de 2013.

Pelo mundo
Venezuela – As credenciais de sete jornalistas dos canais em inglês e espanhol da rede CNN foram cassadas pelo governo. Os profissionais cobriam os protestos no país. O presidente Nicolás Maduro já havia ameaçado expulsar a emissora por considerar que as reportagens do canal “querem demonstrar que há uma guerra civil na Venezuela”. As redes americanas NBC, Fox News, Univision e Telemundo foram incluídas também na lista de emissoras “contrárias ao governo”. O Sindicato Nacional dos Profissionais de Imprensa (SNTP) registrou 20 casos de agressões a jornalistas durante as manifestações além de 11 detenções e cinco roubos, inclusive de material de trabalho.
Argentina I - César Ríos, diretor do jornal Síntesis, sofreu um atentado em 15 de fevereiro quando um grupo de desconhecidos lançou uma bomba incendiária em sua casa em San Lorenzo, província de Santa Fé. Testemunhas do incidente rapidamente apagaram o fogo que só atingiu a janela, a cortina e alguns brinquedos.
Honduras - Mais de cem jornalistas e comunicadores sociais foram vítimas de agressões e ameaças entre os anos de 2010 e 2013, de acordo com a Comissão de Direitos Humanos (Conadeh). Neste período, 20 jornalistas foram vítimas de agressões enquanto outros 50 denunciaram ter sofrido ameaças e perseguições, de acordo com a organização. Apenas em 2013 foram registrados sete atentados, sete agressões e 12 casos de ameaças contra profissionais da imprensa, incluindo trabalhadores dos veículos El Heraldo, La Prensa, La Tribuna, Tiempo, Radio Globo e Radio América.
Líbia - O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), expressou “profunda preocupação” com a possível aprovação de uma nova lei que pode comprometer a liberdade de expressão no País. Segundo a ONU, a nova lei número 5, que impõe sentenças de prisão a qualquer pessoa que “sabote a Revolução de 17 de fevereiro” – quando o ex-presidente Muammar Kadafi foi derrubado – ou “insulte publicamente uma das autoridades do Legislativo, Executivo ou Judiciário”, foi considerada contrária “ao espírito da revolução” pelo Alto Comissariado das Nações Unidas. A porta-voz da entidade, Ravina Shamdasani, destacou que um dos principais documentos adotados logo após a revolução, a Declaração Constitucional, tornava um dever do Estado garantir a liberdade de opinião e comunicação, e pediu que o congresso reconsidere as alterações na legislação. O Alto Comissariado também condenou a recente violência contra jornalistas no país e pediu investigações rápidas, imparciais e eficazes dos “assassinatos, intimidações, sequestros e outros ataques” a profissionais da mídia.
Argentina II - O grupo Clarín iniciou o seu processo de divisão em outros seis grupos de rádios e televisões para atender ao acordo com o governo da presidente Cristina Kirchner.  Após a decisão da Suprema Corte, que considerou constitucional a Lei dos Meios em outubro de 2013, o governo concordou com o projeto apresentado pelo Clarín de se desmembrar, ajustando-se à lei antimonopólio.  O conglomerado tem 180 dias para concluir as alterações e apresentar às autoridades os donos das seis unidades de mídia.
Ucrânia – A International Partnership Mission, missão de observadores ligada à Associação Mundial de Jornais, condenou o assassinato do correspondente Vyacheslav Veremyi, do canal de TV russo Vesti, e as agressões a mais de 167 profissionais durante os protestos em Kiev. Atingido por um tiro de arma de fogo, Veremyi morreu em um hospital na capital ucraniana. Ele teria sido arrastado para fora do táxi em que estava retornando para casa, vindo da Praça Independência. O jornalista, segundo testemunhas, foi espancado violentamente e recebeu um tiro no abdômen após mostrar sua credencial de imprensa.
...............................
A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.

O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.

Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.


Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

domingo, 16 de fevereiro de 2014

BOLETIM 7 ANO IX

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do Brasil
Rio de Janeiro (RJ) I - O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia, responsável pelas investigações sobre a morte do cinegrafista Santiago Andrade, da rede Bandeirantes, concluiu em 14 de fevereiro o inquérito. O delegado indiciou os jovens Fábio Raposo e Caio Silva de Souza por homicídio com dolo eventual. Luciano entregou o inquérito, com 175 páginas, à promotora Vera Regina de Almeida, da 8ª Promotoria de Investigação Penal que tem cinco dias úteis para oferecer a denúncia à Justiça ou pedir novas diligências ao delegado. “No dolo eventual não se tem intenção direta de matar, mas se assume o risco de produzir isso”, explicou o titular da 17ª DP.
Miguel Pereira (RJ) II - O jornalista Pedro Palma, proprietário do jornal Panorama Regional, foi assassinado a tiros na noite de 13 de fevereiro. O profissional foi atingido por três disparos em frente a sua residência e morreu na hora. A PM revelou que os disparos foram feitos por uma dupla que passou em uma moto, mas até o momento não há informações sobre a identidade dos criminosos. Palma utilizava o jornal e as redes sociais para denunciar “coisas equivocadas” da política do município com aproximadamente 25 mil habitantes, localizado a 100 km do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro (RJ) III - A Editora Abril deve indenizar a atriz Ísis Valverde em R$ 40 mil por ter publicado em março de 2007 uma foto dela com os seios à mostra, na revista Playboy. Isis já havia ganho em primeira instância, mas a revista recorreu. A ação reclamava da publicação que estampou imagens da atriz em uma gravação da novela “Paraíso Tropical”, exibida pela rede Globo, com a legenda “Isis Valverde, no Rio, dá adeusinho e deixa escapar o cartão de boas-vindas”. A atriz foi flagrada por um paparazzo quando ficou parcialmente nua durante uma gravação externa, nos Arcos da Lapa. Além do uso indevido da imagem, o processo criticou o uso de texto difamatório na fotografia e que a “imagem veiculada traduz comentários de cunho malicioso e indecoroso que não possuem relação com as atividades da atriz”.
Porto Velho (RO) - O repórter Cleidson Silva, do programa “Comando Policial”, da TV Allamanda, afiliada do SBT, foi agredido por um tenente do Comando de Operações Especiais (COE), enquanto cobria um confronto entre policiais e populares que participavam do bloco Zona Sul, na noite de 10 de fevereiro. Policiais militares lançaram bombas de efeito moral na direção dos grupos que permaneceram no desfile, localizado na avenida Jatuarana. Após a ação, algumas pessoas revidaram com pedras e paus. As imagens capturadas por Silva apenas mostram o momento em que o tenente tomou sua câmera. No entanto, a Corregedoria da PM relatou que o policial agrediu o repórter com pelo menos três socos na região da costela, além de dar um chute em sua perna e ofendê-lo verbalmente. A agressão apenas cessou quando outro policial reconheceu Silva e pediu que o colega parasse.

Pelo mundo
França - A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou em 11 de fevereiro seu relatório anual sobre liberdade de imprensa no mundo. O índice mostra a classificação de 180 países no quesito da livre circulação da informação. O ranking é desenvolvido levando em conta aspectos como o nível de violência, a amplitude do pluralismo, a independência da mídia, o ambiente de trabalho e a autocensura, o enquadramento legal, a transparência e a infraestrutura de cada país. O relatório deste ano chama a atenção para os conflitos armados em diversos países do Oriente Médio e da Ásia, onde a liberdade de imprensa é ameaçada. No topo da lista estão Finlândia, Holanda e Noruega como os melhores países para se exercer a profissão de jornalista. Na outra ponta, estão Turcomenistão, Coreia do Norte e Eritreia. O Brasil está na 111ª. posição. A Síria, um dos países mais perigosos do mundo para jornalistas, está na 177ª posição, muito próximo dos últimos colocados.
México - O corpo do repórter Gregório Jiménez de la Cruz, dos diários Notisur e Liberal del Sur, sequestrado por um grupo armado em 5 de fevereiro, foi encontrado em 11 de fevereiro, pelas autoridades de Veracruz. Quatro pessoas envolvidas no crime foram presas. O corpo do jornalista estava submerso em um poço com dois outros corpos na cidade de Las Choapas. A esposa de Jiménez de la Cruz, Carmela Hernandez, já havia informado que o marido foi capturado por pessoas da comunidade com quem teria tido problemas ao publicar uma nota sobre um vizinho que era proprietário de um bar.
Líbia - A sede da TV Al-Aseema, emissora privada, foi atingida por disparos de lança-foguetes na madrugada de 11 de fevereiro, na capital Trípoli. Apenas um guarda teria ficado levemente ferido, segundo os primeiros relatos. Três disparos de um RPG (lança-granadas-foguete, na sigla em inglês) foram efetuados em direção ao prédio da emissora. Conhecida por ser anti-islamita e próxima da mídia liberal, o canal de TV já foi alvo de um ataque em março de 2013.
Turquia - A repórter Husna Sari, da emissora Ulusal, foi derrubada por jato de água disparado por policiais contra manifestantes na capital Ancara. A profissional não sofreu ferimentos, porém, a atuação da polícia foi criticada nas redes sociais.
................................
A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão. 
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

domingo, 9 de fevereiro de 2014

BOLETIM 6 ANO IX

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do Brasil
São Luís (MA) - Jhonathan de Sousa Silva e Marcos Bruno Silva de Oliveira foram condenados na madrugada de 4 de fevereiro pela morte do jornalista Décio Sá, ocorrida em abril de 2012. Silva recebeu a pena de 23 anos e três meses de prisão, enquanto que Oliveira, que o ajudou, foi sentenciado a 18 anos e três meses de detenção em regime fechado. O jornalista foi morto a tiros dentro de um restaurante na avenida Litorânea, na capital maranhense. Sá era repórter de política do jornal O Estado do Maranhão e se dedicava a um blog sobre o tema, onde publicava textos sobre crimes e cotidiano.
Rio de Janeiro (RJ) I - O cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, permanece internado em estado grave no Hospital Souza Aguiar depois de atingido na cabeça por um artefato durante as manifestações na estação Central do Brasil, em 6 de fevereiro. A Polícia Civil já prendeu um suspeito de manusear o explosivo e está à procura de outro. A manifestação começou pacífica na região da Candelária e se ampliou pela avenida Presidente Vargas, tornando-se violenta em frente à Central do Brasil e ao Comando Militar do Leste.
Agudos (SP) - O jornalista Paulo Franco registrou um boletim de ocorrência em 4 de fevereiro após ter sido agredido pelo vereador Adriano Delfino da Silva, conhecido como “Drikão” (PMDB-SP). O desentendimento começou após Franco publicar em sua página pessoal no Facebook críticas à posição do vereador sobre o caso de renovação do convênio da prefeitura com o hospital de Agudos para gerenciamento do pronto-socorro local. O jornalista fazia a cobertura de uma manifestação de moradores que ocuparam as casas do Parque Santa Cândida, quando Drikão o teria agredido.
Rio de Janeiro (RJ) II- A jornalista e professora universitária Cilene Victor da Silva foi ameaçada de morte por telefone em 6 de fevereiro. O fato ocorreu após ela criticar, em sua página no Facebook, o comentário da apresentadora Rachel Sheherazade, do SBT, sobre prisão e tortura de um jovem por um grupo de “justiceiros” no Rio de Janeiro. Na crítica feita à âncora, Cilene questionava a ausência do Ministério Público, da Fenaj, do Sindicato Jornalistas e da direção de Jornalismo do SBT em deixar que Rachel se referisse a um jovem como “marginalzinho”.
São Paulo (SP) – A Editora Abril e o jornalista André Rizek foram condenados pela 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça paulista a indenizar em R$ 50 mil um ex-jogador do time de aspirantes do Corinthians por danos morais em razão de reportagem que o associou a suposto tráfico de drogas e consumo de entorpecentes. Sob a alegação de que a notícia prejudicou sua carreira, ele ajuizou ação pedindo indenização por danos morais e materiais. Em primeira instância o juiz Bruno Paes Straforini acatou o pedido de dano moral, mas negou o dano material. Ambas as partes apelaram da sentença. O autor pleiteava a condenação também por dano material e o aumento da indenização para R$ 300 mil, ao passo que os requeridos pediam a improcedência do pedido ou, subsidiariamente, a redução do valor da condenação.

Pelo mundo
Tailândia - O fotógrafo americano James Nachtwey, da revista Time, foi ferido a tiros, em 1º. de fevereiro durante confrontos pré-eleitorais em Bangcoc. Nachtwey premiado por suas coberturas em áreas de conflito ao redor do mundo, colabora com a revista há 30 anos, mas não estava trabalhando para a publicação na Tailândia.
Turquia - Mahir Zeylanov, jornalista do Azerbaijão, foi expulso da Turquia por criticar as autoridades do governo em seu perfil no Twitter. Ele já estava na lista dos cidadãos estrangeiros considerados indesejáveis na Turquia por seus “tuítes contra autoridades de alto escalão do Estado”.
México – O repórter Gregorio Jiménez de La Cruz, do jornal Notisur, foi sequestrado, na madrugada de 6 de fevereiro, na cidade de Coatzacoalcos. O jornalista denunciava nos últimos dias uma onda de sequestros em seu bairro, Allende, supostamente orquestrados pelo crime organizado local.
Arábia Saudita – O jornalista saudita Wajdi al-Ghazzawi foi condenado em 4 de fevereiro a 12 anos de prisão por ter desobedecido o soberano Abdallah bin Abdul Aziz Al-Saud e ter denegrido o reino, ao acusar o país de estar na origem do terrorismo. O profissional também foi acusado de ter contato com um inimigo da Arábia Saudita e ganhar uma quantia de dinheiro suspeita. Em 2009, ele teria recebido bens do antigo líder líbio Muammar Khadafi, quando as relações entre os países passavam por momentos de tensão. Além da condenação, a corte criminal de Riad, maior cidade da Arábia Saudita, proibiu o jornalista de deixar o território por um período de 20 anos, além de impedi-lo de aparecer na mídia. 
França - A atriz Julie Gayet processa a revista Closer, que revelou seu suposto caso com o presidente François Hollande. Ela já havia apresentado uma denúncia para tentar identificar os autores dos rumores, mas a Procuradoria de Paris fechou a investigação sem encontrar evidências. O Código Penal francês prevê que atentados contra a intimidade de quem “está em um local privado” são punidos com até um ano de prisão e multa de 45 mil euros. Além disso, a norma Civil protege o “direito ao respeito da vida privada”, justificando a ação dos advogados de Gayet que reivindicam à Closer 50 mil euros por danos morais e prejuízos e outros 4 mil por despesas judiciais.
Equador - O jornal El Universo publicou em 5 de fevereiro a retificação de uma caricatura feita pelo jornalista Xavier Bonilla “Bonil”, por ordem da Superintendência de Informação e Comunicação do país após considerar que houve uma violação da Lei Orgânica de Comunicação. Originalmente publicada em 28 de dezembro, a caricatura de Bonil ilustrava a invasão à casa do jornalista e ativista Fernando Villavicencio por vários agentes da polícia, que buscavam suposta evidência de espionagem na madrugada de 27 de janeiro. A crítica humorística resultou na convocação de Bonilla para prestar contas na Superintendência, criada para supervisionar o conteúdo dos veículos de comunicação no Equador. Embora Bonilla tenha publicado um documento de sete páginas defendendo a liberdade de expressão da caricatura, em 31 de janeiro a Superintendência exigiu uma retificação do texto de legenda da caricatura em um prazo de 72 horas, dizendo que “a afirmação que faz em seu conteúdo não corresponde à realidade dos fatos e estigmatiza a ação tanto da Procuradoria Geral do Estado como da Polícia Judicial”. A nova caricatura, intitulada “Retificação”, substitui os policiais agressivos e armados por uns amigáveis e com flores que mesmo assim terminam levando os aparelhos eletrônicos de Villavicencio, com o seguinte texto de legenda: “Polícia e Procuradoria invadem domicílio de Villavicencio e apreendem seus tablets, computadores e celulares”.
Camboja – O jornalista Suon Chan foi morto por um grupo de homens que o espancaram com pedras e varas de bambu próximo à sua casa em Cholkiri, na província de Kampong Chhnang, na noite de 31 de janeiro. Ele teria sido agredido em retaliação ao seu trabalho, após denunciar a pesca ilegal na província em reportagem no jornal Maekea Kampuchea.
...............................
A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.

O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.

Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.


Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

BOLETIM 5 ANO IX

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do Brasil
São Luiz (MA) - A procuradora-geral de Justiça, Regina Rocha, designou os três promotores que atuarão nos julgamentos dos denunciados pela morte do jornalista Décio Sá marcados para 3 a 5 de fevereiro. Os primeiros a serem julgados são os executores do crime, Marcos Bruno Silva de Oliveira,  apontado como piloto de fuga do assassino, e o próprio autor confesso do homicídio, o pistoleiro paraense Jhonatan de Sousa Silva.
Belo Horizonte (MG) - A Sempre Editora e o cartunista Eduardo Evangelista, o Duke, devem indenizar em R$ 15 mil o árbitro Ricardo Marques Ribeiro pela publicação de uma charge que o critica. O jornal Super publicou uma charge que satirizou a atuação do juiz  no jogo de futebol entre Cruzeiro e Ipatinga, pelo Campeonato Mineiro de 2010.

Pelo mundo
Paraguai – O correspondente Alberto Núñez, do jornal La Nación, foi sequestrado e torturado por um grupo de campesinos no povoado de Capiibary, no departamento central de San Pedro. Ele estava na região para cobrir uma disputa de terras em uma fazenda de cinco mil hectares em Panambí, que foi invadida há um ano e meio por aproximadamente 400 campesinos que se dizem “sem terras”.
Colômbia – O fotógrafo espanhol Borja Lázaro está desaparecido desde o início de janeiro, quando se encontrava nas proximidades de La Guajira, realizando um trabalho sobre a cultura indígena.  A região é dominada pelos traficantes de drogas, onde operam os “Bacrim”, grupos criminosos armados do movimento paramilitar, que atuam com o apoio, e “até mesmo a cumplicidade” de algumas autoridades locais.
Egito - Diversas organizações de defesa dos Direitos Humanos denunciaram o julgamento dos 20 jornalistas do canal Al-Jazeera, acusados de divulgarem notícias “falsas” para servir aos interesses da Irmandade Muçulmana. A emissora com sede no Catar, país que condena a destituição e prisão do presidente islâmico Mohamed Mursi, rejeitou as “acusações tolas e sem fundamentos” contra seus funcionários.
...............................
A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.

O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.

Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

Seguidores

Arquivo do blog