Destaques: Abraji investiga morte de radialista em GO. Equipes de
reportagem são expulsas de cobertura de chacina no CE. Jornalista e
publicitário perdem a vida na Guatemala. Assassino de diretor de rádio é
condenado a quase 60 anos de prisão na Colômbia.
Notas
do Brasil
Edealina (GO) - A Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) enviou equipe à cidade para
investigar o assassinato do radialista Jefferson Pureza Lopes, morto a tiros em
17 de janeiro. Esta será a primeira ação do Programa Tim Lopes de Proteção
a Jornalistas, lançado em setembro de 2016 com o objetivo de investigar
assassinatos, tentativas de assassinato e sequestros de profissionais da
imprensa e dar continuidade às reportagens interrompidas pelos autores dos
crimes. Participam da ação Angelina Nunes, coordenadora do programa, e Rafael Oliveira. Pureza Lopes foi assassinado com três tiros na cabeça,
dentro de sua casa, na noite do dia 17. Ele conduzia o programa “A Voz do
Povo”, na rádio Beira Rio FM, no qual denunciava supostas irregularidades da
administração pública e criticava autoridades municipais e regionais. Ele vinha
recebendo ameaças há pelo menos dois anos por seu trabalho, segundo alguns
amigos e colegas disseram à imprensa após o assassinato.
Fortaleza (CE) - As equipes de
reportagem das TVs Verdes Mares (afiliada da Globo), TV Cidade (Record) e
NordesTV (Band) foram expulsas do bairro Cajazeiras, em 27 de janeiro, quando
tentavam cobrir os desdobramentos da maior chacina já ocorrida no Estado,
quando morreram 14 pessoas que participavam de uma festa num clube de forró.
Ao se dirigirem ao local, por volta de 7h de sábado, momento em que não havia
equipes de policiais, os jornalistas foram ameaçados por homens em motocicletas
que, com os braços na cintura, faziam menção de estar pegando em armas. As
equipes, compostas pelos profissionais Lívia Baral e Adauto Alves, da Verdes
Mares, Patricia Castro, Sérgio Queiroz e o motorista Deco Almeida, da TV
Cidade, e Clarissa Capistrano e Rafael
Augusto, da NordesTV, deixaram o local.
São Paulo (SP) - O repórter
Flávio Ortega, da ESPN Brasil, foi agredido por torcedores enquanto tentava
realizar a cobertura da eleição para presidente do Sport Club Corinthians Paulista,
em 3 de fevereiro. Os agressores afastaram a câmera e tentaram impedir o
trabalho da equipe de filmagem da emissora. O vídeo está circulando pelas redes
sociais e em grupos de bate-papo, mas o áudio não deixava claro qual era a reclamação
dos homens com Ortega. Um grupo de torcedores se revoltou após a vitória de
Andrés Sanchez e iniciou uma confusão enquanto o candidato eleito se preparava
para dar entrevista. O protesto ocorreu minutos depois de torcedores entrarem
no clube e forçarem a porta do ginásio.
Pelo
mundo
Guatemala - Os corpos de um
jornalista e de um publicitário foram encontrados em 1º de fevereiro, em uma
plantação de cana de Santo Domingo Suchitepéquez, ao sudoeste da capital da
Guatemala. Segundo o relatório de peritos do Ministério Público, os corpos
de Laurent Ángel Castillo Cifuentes, repórter do jornal Nuestro Diario em
Coatepeque, Quetzaltenango, e Luis Alfredo de León Miranda (30), publicitário da
Radio Coaltepec, foram encontrados com pés e mãos amarrados e ferimentos de
bala nas cabeças, além de terem sido estrangulados. A Unesco e o Escritório do
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OACNUDH),
condenaram o assassinato dos comunicadores.
Colômbia - Yean Buenaventura foi
condenado a 58 anos e 3 meses de prisão pelos assassinatos do jornalista Luis
Peralta Cuellar e de sua esposa, Sofía Quintero, ocorridos em 2015. De
acordo com a Fundação para a Liberdade de Imprensa (Flip), que representou as
vítimas na corte, esta foi a maior sentença já proferida no país para um crime
contra a liberdade de expressão. O juiz proferiu a sentença “depois de
reconhecer que o assassinato de Peralta foi motivado pelo trabalho dele como
jornalista”. Cuellar, diretor e proprietário da rádio Linda Estéreo, foi baleado
ao lado de sua mulher em 14 de fevereiro de 2015, em Doncello, no departamento
de Caquetá. O ataque aconteceu do lado de fora da casa do jornalista, que
também servia como seu escritório. Quintero morreu depois de vários meses
internado.
Bolívia - A ONG Repórteres Sem
Fronteiras (RSF) e o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) avaliam os três
processos judiciais que a jornalista Yadira Peláez Imanereico vem sofrendo por
membros ligados ao governo de Evo Morales. Em dezembro de 2016, Yadira
apresentou uma denúncia de assédio sexual contra Carlos Flores Menacho, então
diretor do Canal 7, que pertence à estatal Bolívia TV. Na época, ela trabalhava
como repórter da emissora. A
jornalista foi demitida semanas depois, em janeiro do ano passado. Já seu
ex-chefe, enviou uma série de 23 cartas para todos os órgãos do governo. No
documento, assinado por todos os funcionários da emissora após uma ordem do diretor,
ele colocava em cheque a seriedade e profissionalismo da repórter. Em 6 de março de 2017, Yadira convocou
a imprensa para revelar o episódio das cartas. Menacho então decidiu
processá-la por calúnia e difamação e o governo passou a dificultar suas ações
de defesa, proibindo sua entrada em edifícios públicos e negando informações
sobre seu caso. A repórter ainda
enfrenta outras duas acusações. Gisela López, ministra de Comunicação, e
ex-gerente do Canal 7, acusa Yadira de assédio e violência política. Segundo
ela, a jornalista disse em várias entrevistas que a ministra tinha conhecimento
do assédio que sofria e não fez nada para ajudá-la. Já Fabiola Rollano Peña, a
atual responsável pela emissora, acusa a ex-colega de corrupção pública. Yadira
assegura que é vítima de uma ampla campanha de descrédito desde que apresentou
sua denúncia.
................................
A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o
correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da
comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da
profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio
da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal
das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e
expressão.
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj
(www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa
(www.observatoriodaimprensa.com.br), Abert (www.abert.org.br), Abraji
(www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em
Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal
Coletiva (www.coletiva.net), Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), Sociedade
Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional deJornalistas
(www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal
(www.jornalistas.eu)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org)
(Paris), Portal Comunique-se (portal.comunique-se.com.br), Comitê de Proteção
aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas
(knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom
House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan-ifra.org),
Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre
exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero
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